Viver é
transformar-se. Siga então 4 passos para
lidar com a metamorfose e reinvente-se
Todas nós viveremos a experiência da renovação. Nossa essência e nossas escolhas já se transformaram em cada etapa do desenvolvimento: do nascimento à infância, da adolescência à fase adulta. Mas não é porque alguém "já cresceu" que a sua identidade está fixada. Do corte de cabelo ao círculo de amigos, você já mudou e mudará muitas vezes. Sem falar nas mudanças que não escolhemos, como a morte de alguém querido. "É preciso passar por uma adaptação e nem sempre há tempo para assimilar o que foi embora e o que ficou na sua vida", diz Eliane Santos, trainer em programação neurolinguística do Instituto Vencer (SP).
A questão, então, é saber lidar com a transição. Isso se faz
entendendo o processo de metamorfose. Segundo especialistas, devemos passar por
quatro passos: a dissolução, a reinvenção, a reforma e o voo. Veja como
funciona cada momento e... reinvente-se!
1º Passo - Dissolução
A primeira fase da mudança é a mais marcante, o momento em
que nos sentimos como alguém sem identidade - pois tudo o que ficou para trás
não fará mais parte do presente. É como se você passasse por um tempo de luto,
de assimilar o que foi perdido e o que é preciso deixar para trás. "Esse
período tem a duração de até um ano e passa por cinco fases: a negação, a
raiva, a negociação, a depressão e a aceitação", explica a psicoterapeuta
Lana Harari, da Universidade de São Paulo (SP).
"A maioria das pessoas luta contra essa mutação para
manter a identidade de antes. Afinal, é mais fácil atribuir nossa frustração no
trabalho ao chefe, nosso desequilíbrio à família, nossa falta de prazer ao
parceiro e, assim, nunca assumir que poderemos ter as rédeas da própria vida.
Somos responsáveis por nossos atos e escolhas", afirma Eliane Santos. A
dissolução soa como fim - e até pode ser. Isso é, de fato, assustador. Mas não
há reviravolta que não passe por esse basta. E quanto mais depressa a gente se
desapegar do passado, melhor.
2º Passo - Reinvenção
"A transformação se dá de dentro para fora",
explica o psicólogo clínico Paulo Cesar Pereira, da Universidade Paris Diderot,
na França. Diante do fato consumado de que a identidade anterior não existe
mais, cabe perguntar: quem eu sou hoje? O que quero para o futuro? O que
preciso mudar para chegar lá? Sabendo o seu destino, vem a fase de buscar meios
para alcançá-lo. "Pode ser tomando a experiência de alguém como exemplo,
pode ser começando tudo do zero", sugere Pereira. "O mais importante
é que essa viagem é contínua, é preciso nos recriar a todo momento. Somente
assim saímos do piloto automático, que por vezes é desculpa perfeita para
aqueles momentos em que estamos acomodadas", completa Eliane Santos.
Considere os seus objetivos, esperanças e interesses e passe
a visualizar quem você quer ser. Bastam 15 minutos por dia. Feche os olhos e,
mentalmente, veja, toque e sinta a realidade que quer criar. Lembre-se: é nesse
exato momento que você constrói o seu futuro.
3º Passo - Reforma
Essa é a hora de colocar os planos em prática. "No
começo, o esforço é grande e precisamos constantemente nos policiar de qualquer
desvio", alerta Lana Harari. Abandone velhos hábitos, afaste-se das
pessoas que a deixam para baixo, visite lugares novos... "Transformar é
aprender com a experiência, liberar o seu potencial e maximizar a sua
performance. É entender que você consegue realizar mais do que acha que
pode", incentiva Eliane Santos.
Não se sinta mal caso precise voltar ao primeiro ou ao
segundo passo. "Saber recomeçar é o requisito básico de alguém que
verdadeiramente queira a transformação", conta Lana. Lembre-se que você
está num caminho totalmente novo e, por isso, desconhece o que a espera na
frente. Seja paciente e carinhosa consigo mesma.
4º Passo - Voo
O psicólogo americano Silvan Tomkins criou a Teoria do
Script, segundo a qual a emoção é o que nos move. Quando positiva, é nosso
termômetro de felicidade, de satisfação. Mas mesmo as emoções negativas, como a
dor e a sensação de vazio, não devem ser interpretadas como fracasso ou
punição, pois têm uma função positiva a cumprir: servir de motivação para
conseguir reverter uma situação que não está boa. Então, não se deixe abater
com algo de fora: é preciso estar segura das suas decisões e disposta a fazer
ajustes permanentes. "Depois da meta atingida, pare e reavalie o que está
dando certo e o que ainda precisa de reparo. Esse é um ciclo constante",
diz Lana Harari. Só assim encontramos um equilíbrio entre o novo e o velho
"eu".
Fonte: M de Mulher
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